2024 – O Poder do Despertar

Primeiro vem a revolução interior – no coração humano
Segue-se a consequência justa no mundo exterior
As inundações da morte, misturam-se com as inundações da vida, para se tornarem num oceano de compaixão
Que nem uma só alma (criança) seja negada e abandonada

 

Mais um ciclo da Terra à volta do Sol. Mais um ano passa, e um novo ano entra. Um ciclo repetitivo entre a luz e a escuridão, a vida e a morte, a expansão e a contração. Uma semente faz crescer uma floresta e a floresta volta a dar a semente. E, no entanto, em cada ano, algo é deixado para trás, enquanto cada ano vindouro traz novas possibilidades. Até mesmo os números em mudança que atribuímos a cada ano que passa falam de, e influenciam, o ânimo da consciência coletiva. A natureza abstrata dos números confere-lhes uma capacidade invasiva de permear as nossas vidas. Como a própria vida corre paralelamente ao domínio metafísico, e desempenha o seu próprio papel no desenrolar do destino humano.
Não tendo plena consciência do significado da sua própria consciência na determinação dos resultados, as pessoas querem profecias em vez de assumirem responsabilidades. Parece que a humanidade em geral está a tornar-se cada vez mais letárgica e sujeita às forças dos algoritmos que não são da sua autoria. 2024 tem o potencial de ser um ano muito decisivo. Será que as pessoas decidirão coletivamente, por defeito, permanecer passivamente sujeitas às forças controladoras da mente coletiva? Ou então o vento do despertar transformar-se-á numa tempestade que abanará a terra e o céu o suficiente para apagar os fogos da raiva e da vingança. Para nos libertar das forças invisíveis de controlo. Para que possamos redescobrir e reclamar a capacidade de escolha verdadeiramente livre.

A pessoa adormecida acorda, mas só quando é atingida na cabeça por um bastão pesado.

(SGGS p/ang 1418 M3)

Inspirado por uma frase tribal “não cantamos ‘sobre’ a montanha ou ‘para’ a montanha – cantamos a montanha”. Aqui eu canto os números. Ou melhor, deixo os números cantarem a sua própria canção.

Os números que falam pelo ano de 2024 são o 4 [em 24], o 6 [2+4 = 6] e o 8 [2 + 0 + 2 + 4 = 8].
Todos os números pares 4, 6 e 8 [incluamos também o 2, que ocorre duas vezes em 2024] são considerados números femininos. Assim, 2024 é um ano para a voz coletiva feminina se dar a conhecer.

Os leitores são remetidos para o texto de 2022 “A Mutational Moment / Um momento de mutação” que podem encontrar aqui. Sobretudo a qualidade “ou/ou” (N.T.: do inglês “either/or”) do 4 e a expressão da luta entre o medo e a fé, que vem com o 6. Estes são temas que vêm ainda mais à tona em 2024.

Durante grande parte de 2023, muitas pessoas perguntaram, ou mesmo exigiram, quando é que isto vai parar. Quantas mais perdas de vidas, quanto mais sofrimento, quanto mais trauma, quanta mais dor, angústia e medo teremos de suportar e testemunhar? Mas a Deusa da guerra é forte, com grande apetite.
A dor do santo e a ferida do guerreiro sangram de compaixão pelo mundo.
A nossa oração não é suficientemente forte, não é suficientemente coletiva?
A nossa fé é fraca, sem convicção?
Estaremos demasiado entorpecidos pelos choques?
Não é altura de sermos descuidados. É altura de assumir a responsabilidade.
Não é um ano para viver na esperança, mas para decidir com clareza.
Caso contrário, as circunstâncias escolhem por nós, o que é uma postura padrão que mais tarde lamentamos.

Que sejamos abençoados com esse confronto gentil que poria fim ao conflito.
Se não despertarmos dentro de nós próprios, não haverá qualquer despertar no mundo que nos rodeia.
Este texto é escrito com a absoluta convicção e confiança de que a verdade prevalece. Como expressa o mantra:

‘Sat Sri Akaal’ – A verdade é Grande e Imortal

Nada pode destruir a verdade. É apenas uma questão de tempo até que a verdade se imponha à nossa consciência.
Todas as mentiras serão destruídas e todos os segredos serão revelados.
Só o núcleo do nosso espírito interior nos pode manter firmes durante as tempestades que se avizinham.
A verdade pertence aos números 4 e 6.

Eu sou 4

Eu sou o botão do despertar
O núcleo do teu coração
A fonte da tua dor e do teu amor
O teu barómetro interno da realidade
A bússola da verdade na tua caixa torácica
A pedra de toque da consciência
A voz interior da tua alma
A taça que recebe o espírito
Até estar cheio e a transbordar
Eu sou 4
Como um botão
Eu contenho as sementes da inteligência mística
Eu sou a iniciação da consciência
A caverna para onde te retiras
Quando a vida parece demasiado para suportar
O armazém dos teus traumas
As tuas memórias de traição
Eu sou 4
Trago-te a bênção da confusão
Para que possas fazer convergir a realidade dentro de ti
Eu sou a fonte da tua curiosidade
O sentido das possibilidades e oportunidades
Eu sou 4
A ferida das tuas experiências acumuladas
Eu seguro a tua criança, a tua alma
Num abraço embrionário
Até que ganhe força
Preparo-te para o segundo nascimento
O do teu ser autêntico
Eu sou 4
Eu inicio as contrações
Eu sou o momento
Das dores do teu parto
Eu sou 4
É em mim que depositas as tuas dúvidas
e lutas com os teus dilemas
Mas é também aqui que a confiança começa
Eu sou a tua oração
Eu sirvo o teu devir humano
Eu sou 4
É em mim que as decisões são cristalizadas
Chamo-te a escolher o teu eu original
Eu sou a gratidão que faz nascer a generosidade
O compromisso com a verdade
O início do amor incondicional
Eu sou 4

Agora fala o 6

Eu sou a parteira do espírito
Sou eu que abro a tua jaula
E te abre para o mundo
Eu aguento o choque como eu igualmente choco
Nua, exposta e crua
Eu sou 6
Beleza que deslumbra
Clareza que surpreende
Explosões de consciência
Eu sou 6
Através de mim enfrentas o futuro
Através de mim és confrontado
Com a realidade maior
Eu sou 6
Eu viro-te para o futuro
Eu trago a intuição
Eu sou o silêncio estrondoso
Que te grita para despertares
Eu sou 6
Eu sou o medo e a fé
Que lutam pela fidelidade da tua alma
Eu sou a graça que te leva ao conflito
Até confrontares os teus piores medos
Eu sou a fé que torna isso possível
Eu sou 6
O medo não é para ser temido
A fé não é para ser cega
Eu retenho-te com preocupações
Eu impulsiono-te para dares o salto
Eu sou a tempestade que compele o teu devir
Eu sou 6
A espada inescapável da justiça
Aqui e no futuro
Eu sou todas as consequências
Que ainda não conheces
A claridade aguçada
Que te sacode da hipnose
O momento inevitável
Que não espera que estejas pronto
Eu sou 6
A campainha de alarme urgente
A tocar à tua frente
Chamando-te a respirar mais profundamente
Se me tomas por garantido
Então a luta que te recusas a enfrentar
Vai tornar-se uma guerra no teu peito
Eu sou os teus pulmões e os poros da tua pele
Eu ofereço a liberdade
Da prisão das tuas crenças limitadoras e falsas
Eu sou 6
Eu forneço a intuição
Para que não entres no confronto demasiado cedo
Nem adies quando o momento é oportuno
Eu sou 6


Nós somos 4 e 6

Juntos somos uma totalidade
Despertando o botão da verdade interior
Para servir o desabrochar da consciência
A consciência é um florescimento dinâmico e perpétuo
Nós somos a respiração da consciência
A respiração do Deus vivo
Nós somos o 4 e o 6
Nós somos o amor de Deus e o temor a Deus
Duas faces de uma moeda de ouro
Para que o amor não seja ingénuo
E o medo desperte em vez de paralisar
Nós somos 4 e 6
Juntos somos o eixo da liberdade
O espírito da humanidade desperta
Um choque gentil e uma gentileza chocante
A dimensão quântica da mutação
Nós somos 4 e 6
O botão e a flor como um só
Nós entregamos o futuro
Nós desafiamos os dogmas
Nós rompemos as paredes das ilusões da mente
O toque interior e o ar que respiramos são um só
Trazemos presença à verdade
E a verdade para o presente
Nós somos 4 e 6
Nós somos a recordação
O perpétuo relembrar do vosso espírito
Nós tornamos possível
Conhecer-te em mim
E conhecer-me em ti
Somos a fusão e a fissão
O núcleo e a luz explosiva
A pressão interior e a erupção aberta
Nós somos 4 e 6
Nós abraçamos o teu coração
Na verdade do amor
Para perfurar a tua mente
Com o amor da verdade
Nós somos a luz diurna do teu espírito
Na noite escura da tua alma
Nós somos 4 e 6
O Santo e o Guerreiro
Nós mostramos as duas faces
Nós confrontamos o momento
Com verdade e clareza
Nós somos o momento do confronto
Nós somos a oração e a resposta
A escolha e a consequência
Nós mantemos o universo em movimento perpétuo
A partir do núcleo da quietude interior
Nós somos 4 e 6
Chamamos-te para parar e a estar no momento
Para que o momento possa estar contigo
Nós somos 4 e 6


Eu sou o 8

Eu sou o oceano infinito
De profundidade imensurável
Eu sou o tempo intemporal
Para além do tempo
Dou-te tempo limitado
Eu sou o infinito 8
Eu sou a vida para além da vida
Todos nascem através de mim
Todos morrem através de mim
Eu elimino para iluminar
Eu sou 8
Conhecido como força e poder
O prana, o chi, o fluxo
Usado e abusado
Para criar e destruir
Muitos tentam controlar-me
Mas eu sobrevivo a todos eles
Eu sou o eterno 8
A energia que cura
O grande purificador
O Tsunami
Que derruba todas as estruturas temporárias
As ondas que atiram o teu lixo de volta à praia
Eu sou 8
A mãe compassiva
Que enche os corações até transbordar
Que remove o sofrimento
Às vezes através da morte
O ir e vir
Os rios e a chuva
Eu sou 8
Não estou aqui por mim próprio
Eu sou a força dentro da simbiose
Eu mantenho a interconexão
De todos para todos
Visto e não visto
Eu sou 8
A minha natureza pura é conectar
Relacionar as polaridades
Embora eu tenha sido acostumado a separar
Colorido com o veneno da polarização
A minha profundidade infinita para além do tempo e do espaço
Sobreviverá a estes jogos superficiais
O tempo pertence-me
Sem mim nada existe
Todos nadam no meu oceano
Para florescer ou afogar-se
Eu sou 8
Compaixão sem condições
Compaixão por todos
Por vezes brutal como um furacão
Depois suave como o orvalho da manhã
Eu sou 8
Eu mantenho o equilíbrio do poder
sexual, sensual, sensitivo e espiritual
Eu sou 8
Eu sou Kali com muito apetite
A deusa com 8 braços
Segurando os objetos da guerra e da paz
Do sofrimento e da cura
Eu sou 8
A sabedoria da avó
Eu equilibro a economia
Eu sou a abundância da Prosperidade
Através de mim
O vazio torna-se cheio
E o cheio torna-se vazio
Eu sou a mãe da Terra Maior
E a própria Terra
Eu sou 8
Eu trago as inundações de paixão, emoção e compaixão
És tu quem tem de aprender a nadar
Eu sou 8

Cuida da casa do teu coração. Há ladrões que vêm e se agacham nesse lugar. Há outros que roubam as joias do conhecimento interior do fundo de ti. Quando esses ladrões entram no teu domínio mais íntimo, tu próprio te tornas um ladrão.

Mantém a tua mente desperta e consciente agora, ó Irmã do Destino.
Foste descuidado e desperdiçaste a tua vida; a tua casa está a ser saqueada por
ladrões. ||1||Pausa||

(SGGS 339-11 kabIr jI)


Do 4 ao 6

O amor, a gratidão, a oração, a confiança, a devoção, o empenhamento, a veracidade e o serviço.
Se recusarmos estas qualidades, teremos dúvidas e confusão a um nível muito básico.
Isso significa que existe o perigo de contornar o coração, deixando-o num estado frio de apatia e paralisia.
O estado verdadeiramente neutro do ser precisa de ser estimulado e despertado.
O melhor foco da confiança é em direção à tua própria alma.
Tem gratidão pela tua própria existência. Isso trará prosperidade.
A oração é a linguagem da pequena voz interior e silenciosa – este ano ela quer falar, e a sua oração é pela paz. O serviço leva-te a sair do teu próprio bloqueio, fora do teu próprio buraco negro; para além do teu pequeno eu. A honestidade é, em primeiro lugar, deixar que o espírito interior te ame, e depois dar e receber amor entre todos. O amor é uma base neutra a partir da qual a capacidade de responder espontaneamente é natural.

Despertar significa estar apaixonado. Amar tudo, acolher tudo, abraçar tudo, servir tudo.
Quando o botão de despertar do coração interior é submetido a uma pressão interna suficiente, ele rebenta e abre-se.
Despertar interiormente significa amar a tua verdadeira natureza, que é o próprio amor.
Amar a tua verdadeira natureza significa reconhecê-la em todos.
Reconhecer a verdadeira natureza de todos os seres significa conhecer o amor que se esconde por detrás da dor.
O despertar do botão da verdade interior conduz a um desabrochar da consciência.
A consciência é um florescimento dinâmico e perpétuo.

Há ambientes, contextos, circunstâncias e companhias nas quais caímos na hipnose de Maya.
Há ambientes nos quais temos a oportunidade de despertar e recordar a nossa natureza verdadeira e original.
É necessária vigilância se quisermos ser despertos.
Primeiro aprendemos a escolher a companhia da consciência. Depois, tornamo-nos essa companhia para os outros.

Aqueles que estão comprometidos com a Verdade permanecem despertos e conscientes noite e dia.
São honrados no Tribunal Verdadeiro (Divino). ||1|

(SGGS ang/p 110 M3)


E o 6

Liberdade e responsabilidade, justiça e conflito, segredos e exposição, arte e beleza, romance e medo, fé e destino, perigo da crise ou graça da oportunidade.
– O silêncio, os segredos e os gritos dos oprimidos
– Pára, somente pára! Para ser, apenas ser!
– A música e os cantos daqueles que nunca desistem
– Conflitos em relação à liberdade e à justiça
– A intensificação dos conflitos em torno dos recursos e das terras, ou da libertação e disponibilização das terras
– Enfrenta as tuas próprias injustiças antes de confrontares a injustiça no mundo
– Confronta o teu conflito interior para poderes confrontar o conflito no mundo.
– Os eco-guerreiros surgem mais uma vez; irão eles lutar “por um futuro” ou apenas “contra o sistema”
– Surpresas e um sentido de urgência; ecológico, bem como para e das mulheres
– Surpreende o mundo à tua volta ou terás uma surpresa
– Sentido de responsabilidade movido pelo medo ou pela fé informada
– Nuclear: desdobramento da expressão criativa
– Expressão pessoal da arte do coração
– Expressões coletivas de descuido ou de um sentido de responsabilidade partilhado
– Despertar espiritual – fundamentado na clareza, ou nada mais que um sonho
– Maiores atos de terror aleatórios/ruins
– Paz através do medo e medo da paz, ou paz através da fé e fé na paz
– Atos de altruísmo aleatórios e inesperados
– Dança o teu medo até que ele traga paz à terra
– A tendência contínua para pensar em termos de tragédia, crise e desastre traz, de facto, a calamidade.
– Ou desenvolver a capacidade de transformar o movimento do momento em oportunidade e possibilidade.


Sobre o 8

Isto significa energia: normalmente sob a forma de poder, dinheiro e sexo. Em formas subtis tais como o prana e a compaixão. Assim como formas materiais, como a comida e a água.
Os temas associados são: empoderamento ou desempoderamento, energia gratuita ou cara, autoridade verdadeira ou abuso de autoridade, cura, pureza, compaixão, abundância, fluxo e conexão infinita. É uma luta entre o abuso de poder, quando pensas que é teu, ou a utilização do fluxo de poder infinito para empoderar os outros.
Tudo isto pode assumir a forma de abundância de compaixão ou de afogamento na fome pelo poder. Naturalmente, isto dependerá da nossa atitude e consciência individual e coletiva.
A disposição geral do 8 é o impulso para um equilíbrio de forças. Isto está relacionado com um instinto natural para encontrar harmonia que, quando relacionado com 8 e 6, assume a expressão de justiça económica e médica. Enquanto a desarmonia implicaria um alargamento do fosso até ao ponto de uma crise insuportável. Por exemplo, forças opostas na política paralisam países ou as pessoas podem aprender a comunicar e a cooperar para servir o todo maior.

A consciência coletiva é, idealmente, uma combinação de medo apropriado e de um sentido de responsabilidade.
Este facto influencia as negociações globais sobre questões de luta pelo poder, abuso de poder e os esforços contínuos para silenciar as comunidades que se esforçam pelo auto-empoderamento e auto-expressão.
As ondas globais de choques económicos e sanitários são cada vez maiores e atingem de forma mais violenta.
Esta tensão elevada, à escala global, é uma receita para que grupos de pessoas se atrevam a tomar uma posição e a arriscar a sua vida por um mundo melhor.


A Teia da Aranha

Não podemos deixar a exploração aqui sem incluir uma contemplação sobre os seres relacionados com o 8.
Aranhas, Polvos, e divindades femininas associadas [como Gaitri, Durga, Neith, Arachne].
Para esta ocasião, vamos focar-nos na aranha e na sua teia. Podes contemplar os outros no teu próprio tempo.

As aranhas têm uma forte relação com o 8. Para além das suas 8 patas, têm também 8 olhos e podem tecer 8 tipos de seda. Depois, há a natureza fractal da sua teia. Conseguem ver até à gama ultra-violeta do espetro; para além do espetro limitado que o campo magnético/mente nos impõe.
Também é interessante a relação com o poder curativo do 8. As teias de aranha têm sido tradicionalmente utilizadas para cobrir feridas, uma vez que contêm propriedades anti-virais e anti-fúngicas.
A teia é suficientemente forte para prender, esconder e proteger, mas também aprisiona. No entanto, é igualmente transparente, frágil e fraca – tão facilmente quebrada por nós.
Na sabedoria espiritual, o 8 é representado pelo Corpo Prânico e pela teia de 72.000 Nadis através dos quais flui a nossa força vital [prana/chi/energia].
É uma rede altamente sensível de linhas de energia com inúmeras intersecções de ligação, como os pontos meridianos.
O nosso cérebro também contém estruturas semelhantes a teias que regulam as ligações sinápticas.
Cada um de nós é um microcosmo do macrocosmo.
Por conseguinte, esta rede de linhas [fios] e pontos de intersecção é igualmente um fenómeno universal.
Não há nada que possas fazer que não possa ser detetado por muitas outras camadas da teia.
Qualquer mudança na tua teia interior pode ser sentida e afetar toda a teia à tua volta.
Qualquer mudança na teia mais alargada pode ser sentida por ti e produzir uma mudança dentro de ti.
Foi sempre assim a um nível subtil.
Agora, a teia multidimensional do mundo, até mesmo o Cosmos inteiro, está a manifestar-se cada vez mais.
Está a descarregar, a materializar-se, através do campo mental, para os níveis sociais e materiais das nossas vidas. O que torna mais possível intervir, interferir e tentar controlar o fluxo, bem como controlar o acesso ao fluxo.
Há milhares de anos que se trava uma batalha para controlar este fluxo.
O fluxo em si é simplesmente energia pura, como o fluxo de eletricidade.
A rede é feita de canais e condutores que transportam e filtram o fluxo de informação.
Cada indivíduo é um conjunto de pontos de intersecção.
Controlar o fluxo torna-se uma forma de controlar o indivíduo.
O controlo implica a regulação da sua intensidade, potência, volume, qualidade e conteúdo, entre outros aspetos.
A tecnologia moderna permite controlar estes canais à distância e não através da presença material.
É mais eficaz em termos de dispêndio de tempo, energia e dinheiro.
Além disso, os controlos podem ser exercidos sem que a mão que controla seja vista e conhecida.
É-me possível controlar e regular os objetos da minha casa à distância.
Da mesma forma, é igualmente possível que outra pessoa, desconhecida, controle a minha vida, a minha mente, à distância.
A qualidade e a extensão da gestão da teia, a que alguns podem chamar a matriz, está a infiltrar-se em todas as áreas das nossas vidas.
Os que antes pareciam ser reinos, domínios, compartimentos separados das nossas vidas estão agora a mostrar-se na sua natureza entrelaçada.
Estamos presos numa teia multimédia de vigilância, rastreio e monitorização.
Quanto mais vigiamos, mais somos vigiados.
Em nome da proteção, somos igualmente aprisionados.
Apoiados por satélites, 5 G, recolha de dados, algoritmos, software e hardware digitais, juntamente com aplicações de redes sociais, e por aí fora, todos eles servem para apoiar a nossa disponibilidade e vulnerabilidade à manipulação.
Os nossos hábitos de compra, a nossa situação financeira, os nossos registos médicos, as nossas opiniões políticas, a nossa filiação religiosa, as nossas escolhas de entretenimento, o nosso comportamento nos meios de comunicação social, as nossas rotinas e modos de deslocação, etc., estão todos interligados de forma mais aberta e evidente.
Consequentemente, a nossa liberdade de navegar na teia, de nos movimentarmos livremente no mundo e de agirmos livremente nos diferentes domínios está cada vez mais dependente das decisões tomadas por aqueles que controlam os canais.
Se não cumprirmos determinadas regras numa área da teia, ver-nos-emos limitados noutras áreas da teia.
Tal como a aranha tece a sua teia, um fio de cada vez, sem que quase não se note até que o véu esteja completamente estabelecido, nós ficámos completamente enredados.


Momentos de clareza – 6

O 6 fornece a espada com a qual se pode atravessar a teia.
Embora o 6 seja um número menor do que o 8, por estar contido nele, guarda, no entanto, um segredo.
Através do 6, a Linha-do-Arco na sabedoria espiritual do ioga, há uma maneira de atravessar a teia da matriz do 8.
O 6 está associado à nossa intuição, ao nosso lobo frontal, ao neocórtex, à glândula pituitária.
É o 6º sentido, o nosso 3º olho, a capacidade de pré-sentir.
Desenvolvido através de uma longa e profunda prática de meditação.
Transformar o medo em vigilância. O pânico em presença. A ansiedade em alerta.
Com uma prática intensa e regular, podemos aprender a entrar nas frestas da teia.
Para isso, é preciso libertar-se dos apegos, da falsa sensação de segurança, das expectativas, das esperanças, dos preconceitos, das opiniões e de todo o subtexto que lhes está associado. Ou seja, deixar que essas coisas morram, juntamente com a identidade temporária que as mantém no lugar.
É preciso superar o medo da morte e usar o estado de medo para se auto-empoderar na presença presente.
Quando deixamos de nos focar no conteúdo que vemos e deixamos de estar ocupados com os processos que experienciamos.
(Nota: os pontos de intersecção são o conteúdo, os pixéis, e os tópicos são as sensações).
Nessa altura, haverá momentos de clareza.
Há uma inteligência muito maior do que a teia.
Se não houvesse uma infraestrutura de fundo, essencial, anterior, então não haveria nada sobre o qual formar a teia.
A dimensão energética oceânica do 8 atua como um espelho para a natureza narcisista do ego.
A clareza do despertar cortante do 6 pode tornar transparente a projeção do ego.
Desta forma, podemos descodificar o filme que surge à nossa frente, ir para além do espelho, do véu de Maya, do campo mental, e ler o nível subtil e primário da informação.
Ver o invisível, conhecer o desconhecido, ouvir o inaudito, para falar o indizível.


Sobre a questão do eu:

Não existe um eu no sentido em que a identidade do ego é falsa devido à sua natureza temporária.
No entanto, existe o eu – um eu a ser feito.
O que conta não é o destino, nem apenas a qualidade da viagem, mas aquilo em que nos estamos a tornar.
A vergonha é um substituto da humildade. Uma medida relativa do eu em vez de uma medida absoluta.
O orgulho, também uma medida relativa, é um substituto para a dignidade; a dignidade vem do alinhamento com os princípios eternos.
Maya não é uma ilusão, ela produz ilusão através da corrupção dos nossos sentidos.

Aquele que contempla a essência da realidade permanece desperto e consciente.
matam a sua presunção e não matam mais ninguém. ||3||

SGGS ang/p1128 M3